22 abril 2011 12:51
Investigações no âmbito do misterioso desaparecimento da família Dupont, de Nantes, no início de abril, conduzem polícia francesa a descoberta macabra. (Vídeo SIC no fim do texto)
22 abril 2011 12:51
As investigações em torno do misterioso desaparecimento de uma família de Nantes (costa oeste de França) desde 4 de abril sofreram hoje, quinta-feira, uma súbita mudança de rumo, com a descoberta dos corpos de Agnès Dupont de Ligonnès (48 anos), a mãe, e dos seus quatro filhos, Arthur (20 anos), Thomas (18 anos), Anne (16 anos) e Benoît (13 anos) enterrados no jardim da residência familiar, assim como os corpos dos dois cães pertencentes à família.
Alertada pela vizinhança do desaparecimento da família, a polícia francesa efetuou buscas na residência, tendo sido hoje descobertos enterrados no jardim, segundo fonte próxima da investigação, primeiro, uma perna amputada de uma das vítimas e, de seguida, os outros corpos, estes sem sinais de mutilação.
"A investigação por desaparecimento inquietante muda abruptamente para sequestro e assassínio", declarou à imprensa o procurador da República de Nantes, Xavier Ronsin, que se deslocou ao local do crime.
De início, tudo apontava para deslocação da família para a Austrália. Segundo uma jornalista da France Press, do exterior, a casa aparentava desabitada, com as persianas corridas, na caixa do correio um pedido de devolução da correspondência ao remetente, e no interior os armários tinham sido esvaziados.
Os vizinhos descreveram-nos como gente pacata. "Não eram pessoas que se fizessem notar", confirmou um agente imobiliário, Yann Le Pollès, que conhecia Xavier Dupont de Versailles, na periferia de Paris, local de onde este era originário. Os Dupont haviam vivido em Var antes de se deslocarem para Nantes. Em nenhum dos locais por onde a família passou há qualquer registo policial em seu nome.
Há cerca de dez dias, a direção da escola Perverie Sacré Coeur, frequentada por Anne e Benoît, recebeu um telegrama a explicar que, "na sequência de alterações na vida profissional" do pai, a família fora obrigada a mudar-se para a Austrália.
"Além do telegrama, havia um cheque para saldar todas as contas até ao fim do ano letivo", acrescentou o diretor, Olivier Bouissou, precisando que as crianças já então estavam a faltar à escola havia quatro ou cinco dias.
Mensagens "delirantes e contraditórias
Antes de desaparecer, a família deixou mensagens que o procurador da República considerou "delirantes e contraditórias", entre as quais uma em que o pai se revelava "agente secreto ao serviço dos Estados Unidos" e se vira obrigado a desaparecer "no âmbito de um programa de proteção de testemunhas".
A autópsia aos corpos encontrados revelou que a família terá sido metodicamente executada, supostamente durante o sono, com uma arma de fogo que alegadamente pertencia ao pai. Xavier Dupont de Ligonnès (50 anos), de paradeiro incerto, é o principal suspeito do crime.