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Coreia do Sul e EUA iniciam exercícios navais de quatro dias

28 novembro 2010 11:20

É a resposta ao ataque realizado na terça feira pela Coreia do Norte à ilha de Yeonpyeong, no Mar Amarelo. A China pede reunião de emergência em Pequim com as seis partes envolvidas no processo de desmantelamento nuclear na península coreana.

28 novembro 2010 11:20

A Coreia do Sul e os Estados Unidos começaram hoje um exercício naval de quatro dias, em resposta ao ataque realizado na terça-feira pela Coreia do Norte à ilha de Yeonpyeong, no Mar Amarelo, elevando a tensão na região. 

A chegada esta manhã de porta-aviões nuclear "George Washington", com 6 mil militares e 75 aviões a bordo, marcou o início de exercícios conjuntos, envolvendo uma dezena de navios de guerra, incluindo vários destroyers, fragatas e aviões antissubmarino. 

Os exercícios, que incluem o avião espião E-8C Stars, começaram a 40 quilómetros da costa de Taean (Coreia do Sul), a pouco mais de 100 quilómetros ao sul da ilha de Yeonpyeong, atacada nesta terça-feira pela artilharia norte-coreana. 

O ataque à ilha sul-coreana provocou quatro mortos, dois soldados e dois civis. Os Estados Unidos disseram que as manobras já estavam previstas com antecedência, no entanto, só foram anunciados na quarta-feira. 

A sua execução aumentou a tensão na área, embora os militares dos Estados Unidos digam que os exercícios têm "natureza defensiva" e destinam-se a servir apenas como uma medida de dissuasão contra o regime de Kim Jong-il.

Pyongyang ameaça responder "sem piedade"

A Coreia do Norte responderá "com um contra-ataque militar sem piedade" a qualquer intrusão no seu espaço marítimo, prometeu hoje Pyongyang, num comunicado divulgado pela agência oficial KCNA. 

A DPRK (Coreia do Norte) levará a cabo um contra-ataque militar sem piedade à menor tentativa de entrada no seu espaço marítimo, no futuro", indicou o comunicado, publicado no jornal do partido comunista no poder, Rodong Sinmun, e retransmitido pela KCNA. 

Este novo alerta aconteceu cinco dias após os bombardeamentos de Pyongyang contra a pequena ilha sul-coreana de Yeonpyeong, que fizeram quatro mortos entre os sul-coreanos. 

"As provocações" do Sul entram "no âmbito do seu programa brutal de defesa da sua linha de limite do Norte", acrescentou o jornal. 

Pyongyang rejeitou o traçado "da linha de limite do Norte", que marca a fronteira marítima entre o Norte e o Sul e que foi decidido pelas Nações Unidas após a guerra da Coreia (1950-1953).  

A Coreia do Norte considera que esta linha de divisão marítima deveria situar-se mais a Sul. Esta zona contestada foi palco de vários confrontos violentos, em 1999, 2002 e novembro 2009. 

China pede reunião de emergência

A China pediu hoje uma reunião urgente em Pequim com as seis partes envolvidas no processo de desmantelamento nuclear na península coreana, para evitar uma escalada militar entre as duas Coreias.    

Em conferência de imprensa, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wu Daiwei, convocou esta reunião, a ser realizada em dezembro com a participação de delegados das duas Coreias, os Estados Unidos, China, Rússia e Japão. 

"Não se trata de relançar diretamente as negociações. É uma proposta da China aos chefes das delegações das negociações de seis partes envolvidas para criar as condições de retomar o diálogo", esclareceu Daiwei.