5 março 2009 9:20
A estreia de "Esta Noite Improvisa-se" é antecedida por uma conferência no D. Maria II intitulada "A descoberta do amor (e a descoberta do teatro)", onde o italiano Roberto Alonge irá falar sobre a importância da peça na obra de Luigi Pirandello.
5 março 2009 9:20
"Esta Noite Improvisa-se" é uma peça que nasce da estadia de Luigi Pirandello em Berlim em 1928 e do contacto que aí teve com o teatro. Mas ao contrário do que muitos críticos de teatro supunham, a troça em torno da figura do encenador existente no enredo não visava o alemão Max Reinhardt, por quem afinal Pirandello nutria grande admiração. Esta é pelo menos a ideia que o italiano Roberto Alonde, professor da Universidade de Turim, irá hoje defender na conferência "A descoberta do amor (e a descoberta do teatro) - Esta Noite Improvisa-se" (às 18h, no Salão Nobre do Teatro Nacional D. Maria II).
A estreia da encenação de "Esta Noite Improvisa-se" dos Artistas Unidos ocorre no mês em que se completam 80 sobre a sua criação. A peça conclui a trilogia de "teatro no teatro", surgindo dez anos depois de "Seis Personagens à Procura de Autor" (a anterior peça da trilogia, que os Artistas Unidos se preparam para levar também em cena, no Teatro São Luiz).
Luigi Pirandello nasceu em 1867, perto de Agrigento, na Sicília. Estava previsto que após o liceu fosse ajudar o pai na gestão das minas de enxofre da família, mas depressa abandona a actividade para frequentar a universidade, primeiro em Roma, depois em Bona, onde se licencia em Filologia Românica.
Em 1892 regressa a Roma onde inicia a sua carreira literária, embora seja só a partir de 1915 que começa a dedicar-se à dramaturgia, que seria marcada pelo problema da identidade e do modo como o eu apenas existe na relação com os outros.
A peça "Esta Noite Improvisa-se" é da fase dos "mitos" modernos da sua obra. Pouco tempo depois da sua edição, Luigi Pirandello viria a Lisboa para o Congresso da Crítica, organizado por António Ferro, tendo assistido a 22 de Setembro de 1931 à estreia absoluta de "Um Sonho Mas Talvez Não" pela companhia Rey Colaço-Robles Monteiro no Teatro Nacional D. Maria II. Em 1934 recebia o Nobel da Literatura. Dois anos mais tarde falecia em Roma.