Mau tempo na capital

Chuva causa inundações em Lisboa

18 outubro 2008 16:03

Carros parados dentro de fundas poças de água ou nas bermas das estradas, trânsito caótico, lojas alagadas e uma estação de metro inundada são para já as consequências imediatas.

18 outubro 2008 16:03

Sete Rios, Alvalade, Avenida de Roma, Praça de Espanha e Avenida 05 de Outubro foram as zonas mais afectadas pelas fortes chuvas que caíram ao início da tarde de hoje em Lisboa, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros.

Segundo uma fonte dos Sapadores Bombeiros de Lisboa, o número de chamadas de pessoas que se queixam de inundações é "incalculável" e "não há mãos a medir" para acorrer a estas situações pelo que os Sapadores já pediram auxílio ao Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Lisboa.

Carros parados dentro de fundas poças de água ou nas bermas das estradas, trânsito caótico, lojas alagadas e uma estação de metro inundada são para já as consequências imediatas da chuva.

Chegando à Praça de Espanha, o que se vislumbra é uma imensa mancha de água com uma ilha verde no meio, alguns carros parados, já sem dono e deixados dentro de água, e centenas de automobilistas a tentarem sair dali rapidamente.

Ali perto, em Sete Rios, o cenário não é melhor e várias pessoas que tinham o carro estacionado debaixo de um viaduto acabaram com a viatura com água até às portas.

"Caiu uma tromba de água muito grande, alagou aqui esta parte, os esgotos estavam todos entupidos porque não se fez nada atempadamente, e [a água] começou a subir a rua. Eu trabalho aqui e quando olhei vi que o meu carro estava completamente alagado", relatou à Lusa Natacha Antunes, 21 anos, que ainda não faz ideia de qual será o valor dos prejuízos.

Saem prejudicados principalmente os lojistas que vêem agora muitos dos seus produtos danificados pela água. É o caso de Nadeem Butt, 35 anos, que tem, desde há dois anos, uma loja de telemóveis na estação do metro de Sete Rios.

"As coisas que estavam em cima das prateleiras estão boas, mas as que estavam em baixo estão todas estragadas", diz à Lusa, acrescentando não saber para já qual o montante do prejuízo.

Para já, Nadeem Butt aponta críticas à actuação dos bombeiros.

"Desde que começou a cair água dentro [da estação de metro de Sete Rios] passou quase uma hora e ninguém apareceu aqui e isso é que eu acho que é muito complicado porque devia ter aparecido alguém para ajudar e ninguém apareceu", criticou.

Do outro lado da rua, é um stand de automóveis que atrai a maior parte das atenções dos transeuntes depois das águas das chuvas terem subido até cerca de um metro e terem danificado total ou parcialmente carros topo de gama, computadores, secretárias e escritórios para além do vidro de uma montra, partido por um dos carros arrastado dentro do stand pela força das águas.

Túneis alagados

As inundações nos túneis do Campo Grande e das Avenidas João XXI e dos Estados Unidos da América foram algumas das consequências das chuvas registadas hoje à tarde em Lisboa, disse à Lusa fonte da Brigada de Trânsito da PSP.

Segundo a fonte da BT da PSP de Lisboa, na Avenida Egas Moniz, frente ao Hospital de Santa Maria, o alcatrão das duas faixas centrais levantou, pelo que a circulação rodoviária está a processar-se apenas em duas faixas.

A BT solicitou o apoio da Protecção Civil para o local por receio que a estrada cedesse onde o alcatrão levantou, referiu a mesma fonte.

A fonte da BT acrescentou que Sete Rios é outro dos locais em que o trânsito está a ser "bastante" afectado pelas fortes chuvas que caíram ao início da tarde de hoje em Lisboa, havendo ainda registo de alguns cafés com danos materiais naquele local.

"Dos túneis existentes em Lisboa apenas não tivemos indicações de qualquer problema no do Marquês de Pombal", referiu.

"A chuva teve consequências também no trânsito um pouco por toda a cidade", concluiu a fonte da BT.

Táxistas na praça de táxis do Saldanha disseram ainda à Lusa que choveram "pedras bastante grandes de granizo" cerca das 15h00 naquele local.

Linha Azul do Metro interrompida

A circulação na Linha Azul do Metropolitano foi interrompida devido à entrada de água entre as estações das Laranjeiras e Sete Rios, disse hoje à agência Lusa fonte da empresa.

A estação de metro de Sete Rios é fechada pelos bombeiros depois da água das chuvas ter corrido ininterruptamente durante cerca de 20 minutos e ter deixado uma altura de água de cerca de meio metro.

"Choveu bastante durante bastante tempo, a água passou o passeio da rua, que não é normal, e entrou no átrio. Há um escoamento natural, que são as sarjetas, mas não deram vazante, naturalmente estarão entupidas até com material que veio das chuvas", adiantou o chefe de serviço do Regimento Sapadores de Bombeiros que disse não ser possível determinar para já a reabertura da estação.

Antes de ter sido interrompida ao trânsito, a circulação na Linha Azul estava desde as 14h50 sem efectuar paragens na estação do Jardim Zoológico, referiu a mesma fonte.