EUA debaixo de crítica

Castro culpa Bush pela libertação de terrorista

13 abril 2007 10:24

Uma decisão judicial está no meio da polémica. O convalescente presidente cubano já escreveu um artigo a condenar a libertação de um terrorista mediante o pagamento de caução.

13 abril 2007 10:24

Fidel Castro escreveu mais um artigo contra o seu gigantesco vizinho do norte. Desta vez o alvo, para além de Bush, foi o poder judicial americano por ter libertado Luís Posada Carriles. Segundo Havana, o responsável máximo pelo ataque bombista a um avião da linhas aéreas cubanas em 1976, e que resultou na morte dos 73 ocupantes.

Depois de dois artigos muito críticos em relação à política norte americana quanto ao uso de biocombustíveis, Fidel Castro, aparentemente mais vigoroso, escreveu o seu terceiro artigo em menos de duas semanas e é contundente nas acusações que faz, insinuando que houve interferência presidencial na decisão.

“Foi o próprio presidente Bush que ignorou sempre o lado terrorista e criminoso do acusado”, podia ler-se no texto.

O líder cubano escolhendo as palavras cuidadosamente continuou o ataque, “a responsabilidade é brutal. O governo americano e as suas instituições mais representativas decidiram libertar o monstro mais cedo”

A juíza federal norte-americana, Kathleen Cardone, defende a decisão judicial: “Ele está protegido por ser unicamente acusado de crimes relacionados com imigração ilegal”.

Posada Carilles, embora libertado na passada sexta-feira, não se livrou das acusações de imigração ilegal, e apesar de poder sair da prisão pelo seu próprio pé, isso não aconteceu. O cubano ainda não pagou a caução de 250 mil dólares (186 mil euros), imposta pelo tribunal, para que pudesse aguardar o julgamento em prisão domiciliária.

Quando, e se, proceder a esse pagamento, poderá abandonar a prisão de El Paso no Texas e passará a viver em Miami, onde os seus familiares serão responsáveis por ele durante todo o processo.

Depois de ter sido considerado culpado do atentado de 1976, Posada Carilles começou por cumprir pena numa prisão venezuelana, de onde acabou por se evadir, iniciando uma alegada colaboração com a CIA, que na altura desenvolvia várias operações na América Central.

Para além do atentado de 1976, Havana acusa o dissidente de vários ataques bombistas em território cubano durante 1997, e da conspiração para assassinar Castro em 2000, quando foi detido no Panamá, com uma grande quantidade de explosivos.

Segundo os mesmos relatórios, em 2005, o homem entrou secretamente nos Estados Unidos onde pediu asilo político. O plano não resultou conforme o esperado, acabando detido e acusado de imigração ilegal.