2 maio 2011 16:42
O investimento de €20 milhões em novas creches pretende convencer mais casais jovens a viver na capital.
2 maio 2011 16:42
A Câmara de Lisboa anunciou hoje que vai investir €20 milhões para ter 76 novas creches na capital, esperando assim convencer mais casais jovens a viver na cidade.
O programa "B-a-Bá" pretende aumentar a cobertura da rede pública de creches na cidade para 50% do total destes estabelecimentos e chegar aos 2.500 lugares que se estima serem necessários em 2020.
"Há um défice grande de creches na cidade de Lisboa, sobretudo tendo em conta que, além da população residente, nós temos muita população que trabalha em Lisboa e tem a necessidade de trazer os filhos para a cidade", realçou hoje o presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), António Costa (PS), à margem da cerimónia de apresentação do projeto.
Este mês será lançado o concurso público para a construção de 11 creches modulares (pré-fabricados), que deverão estar prontas a funcionar no primeiro semestre do próximo ano.
Estas unidades, que representam um investimento de cerca de seis milhões de euros, correspondem a 660 novos lugares, distribuídos por nove novas creches duplas (duas salas para cada valência), com 66 lugares cada, e duas individuais (33 lugares cada), localizadas na Charneca, no Lumiar, em Carnide, em Benfica, em Santa Maria dos Olivais, no Alto do Pina, em Campo de Ourique e na Ajuda.
As unidades podem ser construídas em terrenos vagos da autarquia, surgir da requalificação e adaptação de edifícios da autarquia ou através do apoio da autarquia a instituições que pretendam construir, requalificar ou ampliar as suas creches, por exemplo.
De acordo com o autarca, deverão estar disponíveis "até ao final do próximo ano 1.250 lugares", também através de apoios da autarquia a entidades de solidariedade social.
Críticas à Santa Casa da Misericórdia
António Costa criticou a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), que apenas colabora em quatro destas 76 novas creches, "por ter outras prioridades", salientando, contudo, que se trata de um organismo "gerido pelo Estado como bem entende", sem qualquer participação do município.
"Às vezes, há males que vêm por bem. A SCML, com os poderosíssimos meios que o Estado lhe fornece, o monopólio do jogo e todas essas receitas, ia-se acabando por tornar quase como a monopolista da ação social na cidade de Lisboa. É bom ver que esta indisponibilidade nos permite diversificar e ver também que há outras entidades disponíveis para trabalhar, sem ser a SCML", salientou.
A CML celebrou hoje protocolos de colaboração para a construção de creches com a União Distrital das IPSS, a União das Mutualistas e a União das Misericórdias Portuguesas.
Em relação à reforma administrativa de Lisboa, que ficou suspensa devido à dissolução da Assembleia da República (AR), António Costa realçou que se trata "apenas de um compasso de espera" até junho, altura em que o processo será retomado.
"Isto permitirá, aliás, ao longo deste mês, trabalhar e aprofundar as questões que foram colocadas na participação pública pelos cidadãos e permitir que, durante o mês de junho esse processo seja concluído ao nível municipal e, depois, seja enviado para a AR para que a nova assembleia conclua este trabalho legislativo", explicou.