Triplo homicídio de Santa Comba Dão

Cabo Costa sujeito a novos testes psiquiátricos

19 junho 2007 13:00

Dois psiquiatras de Coimbra avaliam hoje o estado psiquiátrico de António Costa, acusado do homicídio de três jovens de Santa Comba Dão.

19 junho 2007 13:00

O ex-militar da GNR de Santa Comba Dão, acusado da morte de três jovens, está hoje a ser submetido a uma nova perícia psiquiátrica no Instituto de Medicina Legal de Coimbra (IML), para determinar se é ou não imputável.

A nova perícia, para avaliar a imputabilidade ou inimputabilidade do militar reformado em relação aos crimes de que é acusado, foi determinada a 6 de Junho pelo Tribunal Judicial da Figueira da Foz, que deferiu um requerimento da defesa de António Costa nesse sentido.

Fonte do IML de Coimbra disse à Lusa que dois psiquiatras estão a realizar um exame colegial a António Costa.

O antigo cabo da GNR de Santa Comba Dão chegou ao edifício da Faculdade de Medicina de Coimbra, pelas 10 horas, onde se situa o serviço de psiquiatria forense do IML.

O Tribunal da Figueira da Foz requereu especificamente que a nova perícia médico-legal fosse elaborada por peritos do IML de Coimbra com "a maior experiência na área da psiquiatria forense".

Sobre a personalidade do arguido, o Tribunal frisou que, caso o IML considere que o primeiro relatório "possa estar inquinado pela utilização de testes que aquele instituto não reconheça como válidos do ponto de vista científico", serão realizados exames complementares.

O julgamento de António Costa, que no primeiro relatório médico-legal foi dado como imputável, continua quarta-feira, pelas 10 horas, no Tribunal da Figueira da Foz.

A última sessão do julgamento, decorreu no dia 13 de Junho e ficou marcada pelos depoimentos dos elementos da PJ de Coimbra que refutaram as acusações de coacção física que lhes tinham sido atribuídas pelo arguido na primeira sessão do julgamento.

Almeida Rodrigues, sub-director nacional adjunto e responsável pela PJ de Coimbra afirmou não ter dúvidas de que António Costa praticou os três crimes de que é acusado. O responsável pela PJ de Coimbra acrescentou ainda que o ex-militar só confessou o crime na sua presença, após ter sido inquirido por outros dois inspectores. “Ele é que indicou os locais e a forma como cometeu os crimes”, referiu, classificando António Costa como “um homem inteligente” que tem “consciência daquilo que fez”.

Neste depoimento ficou ainda excluída a hipótese de o arguido ter cometido os crimes com a ajuda de um cúmplice. “Se alguém quisesse praticar um crime ali seria difícil porque ali mora um GNR. Difícil para outrem, mas não para ele próprio” que as conhecia desde criança.

António Costa, 53 anos, responde por 10 crimes, três de homicídio qualificado, três crimes de ocultação e um de profanação de cadáver, dois de coacção sexual na forma tentada e um de denúncia caluniosa, incorrendo na pena máxima de 25 anos, em cúmulo jurídico.