Courrier Internacional

Bo Xilai, o dirigente em desgraça

5 outubro 2012 10:00

ilustração de hajo, holanda

A sua mulher foi condenada  à morte com pena suspensa pelo assassínio de um empresário britânico. Que destino reserva agora o Partido Comunista Chinês ao antigo "príncipe vermelho" de Chongqing? .

5 outubro 2012 10:00

Gu Kailai, esposa do líder comunista  deposto Bo Xilai, foi condenada à morte com pena suspensa a 20 de agosto pelo assassínio do empresário britânico Neil Heywood em Chongqing no centro da China em 2011.

O Tribunal de Hefei, no leste do país, condenou-a à morte, mas a sentença, que não surpreendeu ninguém, deve ser comutada em prisão perpétua após dois anos de bom comportamento. Este processo marca a vontade do Partido Comunista Chinês  em pôr termo a um dos piores escândalos políticos dos últimos 20 anos e é apenas uma das componentes do dossiê Bo Xilai, ex-chefe do partido em Chongqing.

A queda de uma estrela

A questão do destino reservado a Bo Xilai - que antes de ter sido demitido em março era considerado uma estrela em ascensão - agita a opinião pública. Os dirigentes do partido devem anunciar em breve a sua decisão, mas vai ser-lhes difícil chegar a um consenso, principalmente por causa do apoio que Bo Xilai continua a ter.

Para alguns, esta decisão é ainda mais complicada pela vontade do Governo central em não chamar mais a atenção do público para algumas das questões levantadas pelo escândalo Bo Xilai, nomeadamente a fortuna pessoal das famílias de muitos altos dirigentes.

Processo vai demorar

O processo pode levar tempo, se atentarmos nos dois últimos que o precederam. Na década de 1990, o presidente da Câmara de Pequim - e então membro da Comissão Política- , Chen Xitong, esperou três anos entre a sua demissão e o julgamento -por corrupção; foi condenado a 16 anos de prisão em 1998 e libertado por razões de saúde em 2006.

Quanto a Chen Liangyu, foi julgado 18 meses depois da sua expulsão da direção do Partido em Xangai -também membro da Comissão Política, foi condenado a 18 anos de prisão em 2008 por corrupção e abuso de poder.

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