17 pessoas decapitadas no Afeganistão

Pelo menos 29 pessoas morreram entre a noite de ontem e a madrugada de hoje, vítimas da violência no Afeganistão. Segundo fontes governamentais, 17 civis, entre os quais duas mulheres, foram decapitados no sul do Afeganistão. Morreram também dez soldados afegãos, assassinados pelos talibãs na província de Helmand. E, de acordo com a NATO, um soldado afegão abriu fogo sobre um dos membros das tropas internacionais.

Os corpos decapitados de 15 homens e duas mulheres foram encontrados num casa a 75 quilómetros a norte da capital da província de Helmand, uma região muito afetada pelo conflito, e que é um bastião dos talibãs. Mas o grupo, suspeito de ser responsável pelas mortes e decapitação, não reivindicou o ataque.

"As vítimas participavam numa festa com música e dança, na noite de domingo, quando foram atacadas", declarou o porta-voz das autoridades da província de Helmand, Daud Ahmadi, acrescentando que o caso está a ser investigado. De acordo com esta fonte, as festas secretas com danças de mulheres ciganas são muito vulgares, tanto quanto os duros castigos que os talibãs infligem a quem nelas participarem.

Mulheres banidas de quase tudo

Durante os cinco anos em que estiveram no poder, os talibãs proibiram as mulheres de exercerem o direito de voto e acabaram com quase todas as formas de trabalho feminino. Além disso, determinaram que nenhuma mulher pode sair de casa sem a companhia de um homem da família.

Desde a intenvenção da NATO, a situação não mudou muito. As demonstrações de afeto e as reuniões mistas, entre homens e mulheres, são também condenadas veementemente pelos talibãs. Recorde-se que em junho, os talibãs atacaram um hotel por considerar que era palco de "festas selvagens" e assassinaram 20 pessoas.

Num outro ataque ontem antes do amanhecer, dez soldados afegãos morreram no distrito de Washir. Outros quatro soldados ficaram feridos, e cinco fugiram com os talibãs levando as suas armas.

Horas mais tarde, um soldado afegão assassinou a dois membros da missão da NATO na província de Lagham,  atentado que  o pentágono denominou de "verde sobre azul" por causa da cor do uniforme afegão e da bandeira da NATO. Segundo um porta-voz da missão internacional, os soldados da Força Internacional de Assistência à Segurança responderam aos disparos, matando o atacante.

Com estes ataques, somente em agosto são já 12 os soldados estrangeiros mortos no Afeganistão por soldados nacionais.