Todos os dias, a meio da tarde, chega ao Porto da Figueira da Foz um comboio com 750 toneladas de pasta de papel vinda de Vila Velha de Ródão. Ao porto chegam ainda camiões com rolaria de madeira, vindos de Oleiros e Sertã. As mercadorias embarcam depois num cargueiro e seguem com destino ao Mediterrâneo e Europa da Norte.
O movimento do porto, servido por linha ferroviária, é bem visível da varanda dos escritórios da Eurofoz, um agente de navegação, dirigido por Paulo Niza Mariano, empresário logístico e administrador da Operfoz, o operador portuário.
O porto da Figueira da Foz é antigo, remonta a 1166 quando D. Afonso Henriques o doou ao Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. No texto da doação, o monarca fez referência “à foz do Mondego, por onde entravam os navios, cuja portagem e mais direitos eram por El-Rei concedidos a Santa Cruz como esmola”.
O Mondego é um problema
O rio Mondego é apenas um dos problemas do porto. Uma “barcaça” com valor arqueológico encontrada na foz do Rio Mondego está a impedir o lançamento do concurso público para as obras de beneficiação do Porto Comercial da Figueira da Foz, orçadas em 28 milhões de euros, 4,5 milhões “garantidos” por privados, adianta Niza Mariano.
A Figueira da Foz já “deu” um ministro do Mar ao país, mas apenas foi feita a marina. O desassoreamento da barra tarda.
As obras são consideradas urgentes e surgem no melhor momento do porto. O movimento cresceu 8% no primeiro trimestre de 2023, face ao período homólogo.
A carga contentorizada foi a que teve melhor desempenho e não é de estranhar. Na Figueira da Foz “está o maior utilizador ibérico de contentores”, aponta o administrador da Eurofoz. Niza Mariano refere-se à Navigator, que produz pasta de papel. Também a Celbi, que opera no mesmo mercado, faz parte das exportações por este porto. Só no primeiro trimestre foram aqui movimentados 5312 contentores, por parte dos 111 navios, mais 7,8% do que no período homólogo de 2022, que escalaram o porto da Figueira da Foz.
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