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Silêncio que as mulheres vão cantar o fado de Coimbra (e a Universidade apoia)

Vânia Couto, Joana Gonçalves e Inês Graça no espetáculo “Coimbra na Voz da Mulher”, que no Teatro Académico Gil Vicente
Vânia Couto, Joana Gonçalves e Inês Graça no espetáculo “Coimbra na Voz da Mulher”, que no Teatro Académico Gil Vicente
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O espetáculo que assinala dez anos de classificação da Universidade de Coimbra como Património Mundial da UNESCO vai marcar a abertura da academia à canção de Coimbra interpretada por mulheres. Uma luta antiga. As intérpretes aplaudem, o musicólogo Rui Vieira Nery assinala “o fim da coutada do macho ibérico” no fado de Coimbra.

Marina Almeida

O vice-reitor Delfim Leão, responsável pela Cultura, assume-o: quando estudou na Universidade de Coimbra era “impensável” o fado ser interpretado por mulheres. Sinal dos tempos, revela que a Universidade de Coimbra vai abrir o palco do concerto comemorativo dos dez anos da classificação como Património Mundial da UNESCO, o momento alto das celebrações, a mulheres intérpretes do fado de Coimbra.

“No dia 22 de junho, dia da classificação, vamos ter um espetáculo no Pátio das Escolas, queremos que seja um momento de expressão de todas as vertentes do fado de Coimbra, desde o mais tradicional, com uma abertura assumida a intérpretes femininos. Este é um sinal muito forte que queremos dar, de total disponibilidade desta forma de expressão, a homens e mulheres de forma igual”, diz o vice-reitor ao Expresso.

Reconhecendo que há uma nova geração de intérpretes, mas também de estilos – “desde o mais tradicional a formas mais arrojadas de interpretar o fado” –, a Universidade de Coimbra, instituição com 733 anos, marca uma posição forte, dando um sinal claro a uma academia em que o fado historicamente foi exclusivo dos homens. A vertente de investigação, no sentido de aprofundar o que esteve na origem do fado e o que o diferencia, será também valorizada, diz Delfim Leão. O cartaz do espetáculo “No Princípio Era o Fado” ainda não é conhecido. Mas entre os artistas que vão atuar para duas mil pessoas no Pátio das Escolas estarão Vânia Couto e Beatriz Villar. Há muito que as duas antigas alunas da academia interpretam o fado de Coimbra. “É muito importante, é um marco para a cidade”, considera Vânia. “Finalmente vai-se fazer história e juntar todas as vozes”, diz Beatriz.

Muito andaram, estas e outras mulheres, até aqui chegar.

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