Era empreitada para um ano, já lá vão três e meio. Problemas nas fundações, atraso no fornecimento de materiais e insolvência de construtora atrasaram trabalhos. Mercado vai acolher os vendedores antigos e novos espaços comerciais, o posto de turismo e uma dinâmica cultural.
Quando se mudaram provisoriamente para um espaço cedido pela autarquia de Santarém junto à Casa do Campino em agosto de 2019, os vendedores do Mercado Municipal de Santarém estavam longe de adivinhar que mais de três anos depois ainda ali estariam. Sucessivos atrasos na obra levaram a que os trabalhos apenas agora tenham uma perspetiva de conclusão, no mês de marco. Segue-se o concurso para a concessão e só depois acontecerá a abertura de portas do mercado municipal, edifício do arquiteto Cassiano Branco dos anos 1920, renovado e com nova vida.
Aos vendedores de sempre do mercado ainda não chegaram estas notícias. Desconhecem quando se vão mudar e se as rendas se vão manter. Há um mês, a autarquia de Santarém lançou a campanha “O Mercado Somos Nós”, espalhando múpis pela cidade com fotografias das vendedoras. “Estamos aqui há quatro anos, os cartazes da câmara foram postos há um mês. As publicidades deviam ser do início ao fim” diz Antónia Lima, 79 anos, há 40 a vender legumes na praça escalabitana, um dos rostos da campanha. Tonha, como é conhecida, durante anos trabalhou a terra que dá os vegetais que alinha na banca – “a gente é que éramos as máquinas, fazíamos tudo”. Agora é o marido que trata da horta e Antónia da venda.
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