São "terras sem dono", há mais de um século cultivadas por pescadores da Costa de Caparica no período do inverno mais agreste para a faina do mar, naquela que se tornou numa tradição que já vem de gerações.
A verdade é que as batatas ou as couves que saem das Terras da Costa, que se estendem pelo vale abaixo da arriba fóssil quase até à Fonte da Telha, ficaram conhecidas pela sua qualidade e sabor, abastecendo hoje grandes supermercados e circuitos de exportação. Os terrenos arenosos que parecem improváveis para cultivo, a uma curta distância das praias e onde em tempos o mar já chegou, são por essa razão especialmente férteis, garantem os agricultores que ali estão.
"Esta terra produz tudo, é do melhor que há para plantar: tenho aqui limoeiros caviar, godji, pitaias do Brasil, figos da India, fruta dragão, bananeiras, tudo o que se cultivar nas Terras da Costa, dá", garante Alípio Duarte, apontando a sua produção de legumes e árvores de fruto numa área de cerca de três mil metros quadrados. "Tenho acelga de várias cores, esta roxa é uma planta divinal, para sopa, salada, ou então pode-se fazer na caçarola, é como um espargo".
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