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Agricultores da Caparica produzem legumes de primeira em terras que já foram mar. O problema é a falta de chuva

Alípio Duarte planta há quatro anos nas Terras da Costa, de modo 100% biológico, para produzir hambúrgueres vegan que vende a restaurantes ou particulares. "Estas terras dão legumes divinais"
Alípio Duarte planta há quatro anos nas Terras da Costa, de modo 100% biológico, para produzir hambúrgueres vegan que vende a restaurantes ou particulares. "Estas terras dão legumes divinais"
TIAGO MIRANDA

Nas Terras da Costa, onde o som do mar se mistura com cantos de galos ou balidos de cabras, há um mundo diferente do que se habituaram os frequentadores das praias, ali bem perto. Dos férteis terrenos arenosos do vale abaixo da arriba fóssil saem legumes de qualidade superior, que abastecem supermercados ou são exportados, cultivados por agricultores que estão ali há gerações - destacando-se uma nova vaga rendida ao modo biológico

Agricultores da Caparica produzem legumes de primeira em terras que já foram mar. O problema é a falta de chuva

Tiago Miranda

Fotojornalista

São "terras sem dono", há mais de um século cultivadas por pescadores da Costa de Caparica no período do inverno mais agreste para a faina do mar, naquela que se tornou numa tradição que já vem de gerações.

A verdade é que as batatas ou as couves que saem das Terras da Costa, que se estendem pelo vale abaixo da arriba fóssil quase até à Fonte da Telha, ficaram conhecidas pela sua qualidade e sabor, abastecendo hoje grandes supermercados e circuitos de exportação. Os terrenos arenosos que parecem improváveis para cultivo, a uma curta distância das praias e onde em tempos o mar já chegou, são por essa razão especialmente férteis, garantem os agricultores que ali estão.

"Esta terra produz tudo, é do melhor que há para plantar: tenho aqui limoeiros caviar, godji, pitaias do Brasil, figos da India, fruta dragão, bananeiras, tudo o que se cultivar nas Terras da Costa, dá", garante Alípio Duarte, apontando a sua produção de legumes e árvores de fruto numa área de cerca de três mil metros quadrados. "Tenho acelga de várias cores, esta roxa é uma planta divinal, para sopa, salada, ou então pode-se fazer na caçarola, é como um espargo".

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