Tiago Pitta e Cunha deixou a carreira de advogado para se lançar à aventura do mar. A dedicação à valorização do oceano durante mais de 25 anos valeu-lhe o Prémio Pessoa 2021. O jurista de 54 anos espera que “o prestígio deste prémio possa ser também um bocadinho a força desta causa e destas ideias”. Se assim for, diz, vale muito mais do que o valor monetário. Para o júri, presidido por Francisco Pinto Balsemão, o galardão reconhece a Pitta e Cunha “o empenho na defesa dos Oceanos” ao longo de quase metade da sua vida. É o 35º premiado com esta distinção pelo trabalho e a obra de personalidades portuguesas das Artes, da Cultura e da Ciência, criada em 1987, por iniciativa do Expresso e da Caixa Geral de Depósitos.
A sua paixão é o mar, e esta relação de mais de 20 anos é agraciada com o Prémio Pessoa. Que reflexo terá nas políticas do mar?
Isso parece quase… a lista do wishful thinking, como se fosse a carta ao Pai Natal. Não tenho dúvidas de que o prémio se deve muito ao tema, que tem vindo a fazer caminho não só em Portugal como na União Europeia e na Comissão Europeia, onde trabalhei e onde continuo a ser consultor. É claro que, para meu lamento, há um enorme intervalo entre ação climática e a ação para os oceanos. O Pacto Ecológico Europeu é extremamente importante, talvez a decisão mais substantiva e estratégica que a Europa tomou desde Maastricht. Os Governos compreenderam, tanto que tomaram medidas, os ministros do Ambiente passaram a ser do Ambiente e da Ação Climática, sabemos como canalizar muitos dos incentivos financeiros na transição para a economia verde. Mas o mar não está muito presente no pacto ecológico.
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