Iqbal Singh não continha a sua felicidade aos convidados da festa luxuosa, onde não faltava “vinho caro” para toda a gente. Um dos seus amigos quis saber por que razão se mostrava tão alegre e o homem, que era também conhecido por ‘Shera’, acabou por confessar porquê: a sua última remessa de heroína tinha atravessado a fronteira entre o Paquistão e a Índia sem ser detetada pelas autoridades. O indiano, com pouco mais de 20 anos, que nascera em Havelian, uma aldeia rural no Punjab, e que se autointitulava empresário agrícola, não escondia o seu estilo de vida faustoso no seu país — vestia roupas de marca, usava carros de alta cilindrada, mas estranhamente os seus telemóveis nunca eram topo de gama, preferindo usar os aparelhos mais básicos e baratos do mercado. Um dia explicou aquela aparente contradição a um outro amigo. “É para evitar ser apanhado pela polícia.” Iqbal gabava-se de coordenar o tráfico de heroína à distância por telefone, garantindo que dessa forma não havia qualquer risco em ser apanhado. Enganou-se. Aos 26 anos foi detido pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), em julho, quando saía do apartamento em Santo António dos Cavaleiros, Loures, a quase nove mil quilómetros de casa.
Sobre Iqbal Singh recaía um mandado de detenção internacional, emitido em outubro do ano passado por um tribunal especial na Índia e difundido pela Interpol. O indiano é acusado dos crimes de associação criminosa, financiamento de organização terrorista, tráfico de estupefacientes, conspiração para cometer crimes e angariar fundos para atos terroristas e por ser membro de um grupo terrorista.
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