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Odemira. Três meses depois, não há novas “residências” para migrantes

Odemira. Três meses depois, não há novas “residências” para migrantes

Em maio, António Costa foi a Odemira acabar com a cerca sanitária e anunciar a colocação de novos contentores para os migrantes nas estufas. Nem um foi licenciado. “Subsistem situações de habitação indigna”, denuncia a autarquia. 28 vítimas de tráfico foram resgatadas pelo SEF

Há três meses, Odemira era o assunto nacional. A DGS colocara uma cerca sanitária à volta das freguesias de São Teotónio e Longueira/Almograve, mas, mais do que a grave situação epidemiológica de covid-19, foi o problema habitacio­nal e de exploração laboral de milhares de trabalhadores estrangeiros nas estufas de frutos vermelhos que tornou o concelho alentejano o centro da atenção pública e mediática. O país descobriu que cerca de 13 mil migrantes viviam ali amontoados, às dezenas, em casas sem condições, para benefício do vírus e das redes de imigração e tráfico humano.

Foi o próprio António Costa que se dirigiu à vila, a 11 de maio, de urgência, para anunciar o fim do cordão profilático e pôr água na fervura da oposição com a assinatura de memorandos com a autarquia e com os empregadores para ampliar as soluções residenciais. Os proprietários agrícolas comprometiam-se a promover condições condignas para os trabalhadores sazonais através da instalação de mais casas temporárias (contentores) nas explorações — já existiam 229 — e o Ministério da Agricultura financiava com fundos europeus. Bastava que fizessem o pedido à câmara, para que esta aferisse as condições, e o processo avançava. Mas não avançou. “Até ao momento não há [novos] contentores autorizados no interior das quintas de exploração agrícola nem entraram na autarquia quaisquer pedidos de autorização ou de legalização”, revelou ao Expresso fonte do município.

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