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PCP pressiona direita a aprovar inquérito à ANA: “Se não aceitarem, escusam de andar a bater com a mão no peito sobre combate à corrupção”

PCP pressiona direita a aprovar inquérito à ANA: “Se não aceitarem, escusam de andar a bater com a mão no peito sobre combate à corrupção”
Ana Baiao

Os comunistas querem ouvir os responsáveis políticos pela privatização da ANA, um “negócio absolutamente ruinoso para o Estado”, como Passos Coelho e Vítor Gaspar. António Filipe lembra que esta é “oportunidade” de a direita provar a “coerência” entre “palavras e atos” no discurso contra a corrupção

Depois de terem anunciado esta vontade durante a campanha eleitoral para as legislativas, o PCP deu entrada na Assembleia da República (AR) à proposta de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) à privatização da ANA realizada durante o passado Governo do PSD/CDS. Apesar de a venda ter ocorrido há mais de 10 anos, o relatório do Tribunal de Contas sobre o negócio foi publicado no início deste ano e veio destapar “ilegalidades” que “justificam plenamente” o timing da proposta comunista, explicou António Filipe ao Expresso. Para a CPI ver luz verde, o PCP precisa não só do apoio de toda a esquerda como também de, pelo menos, uma abstenção por parte do PSD. Num momento em que Luís Montenegro colocou o combate à corrupção entre as suas prioridades, o deputado comunista apontou esta proposta como uma prova de fogo à “coerência” entre as “palavras e atos” do novo primeiro-ministro.

A nova configuração do Parlamento, com o crescimento da direita e da extrema-direita, trouxe maiores dificuldades à esquerda em conseguir aprovar as suas propostas. Neste caso, a estratégia dos comunistas para pressionar a direita a viabilizar a CPI à privatização da ANA passa por colá-la ao combate à corrupção que o PSD e o Chega querem erguer como bandeira. “Se não aceitarem este inquérito depois escusam de andar aí a bater com a mão no peito a querer combater a corrupção e a promiscuidade entre publico e privado. É no concreto que se pode avaliar a coerência dos vários partidos relativamente ao discurso que fazem”, atirou António Filipe após a apresentação da proposta na AR no Parlamento, esta segunda-feira, dia 8.

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