Política

Costa "humilhou" Pedro Nuno Santos, que se devia ter demitido

Costa "humilhou" Pedro Nuno Santos, que se devia ter demitido

O comentador da SIC critica António Costa por ter desacreditado o ministro em público sem o demitir - nem Sócrates fez uma coisa destas -, mas não poupou Pedro Nuno Santos, que devia ter saído do Governo "em grande" pelo seu pé

Costa "humilhou" Pedro Nuno Santos, que se devia ter demitido

Vítor Matos

Jornalista

António Costa "maltratou", "desautorizou", "humilhou" e "desacreditou" em público o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, no dossiê da TAP. "Segurou um ministro que é amigo" - Eduardo Cabrita - "e desautorizou e humilhou outro que é um adversário interno", o ex-líder da JS. Luís Marques Mendes disse, no seu comentário deste domingo, que "o Governo tinha mesmo a intenção" de levar o plano de reestruturação da transportadora a votos no Parlamento - dado que foram feitos contactos oficiais com o PSD - mas considera que o primeiro-ministro só tinha um de dois caminhos: ou dar uma "reprimenda" ao ministro em privado ou demiti-lo de funções.

Luís Marques Mendes, que avançou na semana passada a intenção de o Governo levar o plano da TAP a votos na Assembleia da República, comentou a atribuição da informação a uma "má fonte" - como disse António Costa - a uma maneira de dizer que o ministro "não é credível, não é confiável, é melhor não acreditarem na palavra dele". Sem negar se a sua fonte foi Pedro Nuno Santos, imputou a Costa a intenção de enfraquecer o ministro ao chefe do Governo: "Isto não é só desautorizar um ministro. É maltratá-lo é desacreditá-lo na praça pública. Nem Sócrates, com o feitio que tinha, fazia isto. Muito menos António Guterres, que tinha princípios e era um senhor".

Com a experiência que tem de Governos de Cavaco Silva a Durão Barroso, o ex-líder do PSD afirmou que "nunca na vida tinha visto isto". E referiu que se Pedro Nuno Santos tivesse feito contactos com o PSD sem conhecimento do primeiro-ministro, "tinha de ser demitido".

Mas o comentador - que subscreve a ida do plano ao Parlamento para se evitar o mesmo que aconteceu no Novo Banco - não deixa de criticar o próprio Pedro Nuno Santos: "Não sai bem desta fotografia: foi desautorizado publicamente. Se foi desautoriazado, só tinha um caminho, pedir a demissão e sair pela porta grande". Apesar de achar que o ministro "sai fragilizado, derrotado e minado na sua autoridade", Mendes elogia o facto de não ter disfarçado "a derrota" e de e ter assumido. "Isso é nobreza de caráter".

O vencedor de todo este dossiê, segundo o comentador, foi David Neelman, o accionista privado da TAP, a quem "saiu o euromilhões e aos portugeusesa fava" - e por isso entende que António Costa devia explicar melhor aos contribuintes os benefícios da reversão da privatização da TAP decidida pelo Governo anterior.

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