A vida é vil

As autárquicas e a normalização do Chega

As autárquicas e a normalização do Chega

Ângela Silva

Jornalista

Ventura enxameou o país com cartazes dele próprio, apostado em jogar tudo numas autárquicas em que não é candidato. O Chega vai disputar todos os municípios do país, está forte em câmaras fortes como Sintra e projeta alastrar a mancha de vereadores por todo o país. O PSD já enterrou as linhas vermelhas. PS e CDU vão ter quer escolher: bloqueiam vereadores do Chega e arriscam paralisar câmaras ou sentam-se à mesa com eles? A normalização do venturismo sobe um degrau a 12 de outubro
Ana Baiao

Caro leitor,

Vivi uma férias abusivamente longas cercada por cartazes de André Ventura. Dispenso sair da toca no querido mês de agosto, vivi Castro Marim e Moledo, Carrapateira e Sintra, Odeceixe e Aveiro (luxos à mão num país pequeno) e Ventura perseguiu-me. Ele tinha avisado – o Chega vai ter candidatos às autárquicas de 12 de outubro em todos os municípios do país – e como a matéria prima, pobre e escassa a nível nacional, é ainda mais pobre e escassa a nível local, Ventura tirou o coelho da cartola, clonou-se a si próprio, criou a ilusão de que o candidato às 308 câmaras é ele, e basta ir para fora cá dentro para ter uma experiência alucinante. O André está em todo o lado. Vai limpar isto tudo. E supera-se na arte de enganar o pagode.

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