O cargueiro Alppila, que transportava 18 mil toneladas de milho ucraniano, chegou a um porto espanhol, no noroeste do território do país vizinho, antes do amanhecer desta segunda-feira. A novidade é que este é o primeiro carregamento de cereais ucranianos a chegar ao noroeste de Espanha por via marítima, usando uma nova rota marítima aberta no Mar Báltico para evitar o bloqueio da Marinha russa aos portos da Ucrânia no Mar Negro.
O vice-ministro ucraniano Dmytro Senik, confirmou, em declarações à agência de notícias Reuters, que a Ucrânia fixou duas novas rotas, através da Polónia e da Roménia, para exportar cereais. Um primeiro passo para tentar evitar a crise alimentar mundial.
O governante ucraniano adiantou no domingo que Kiev está também a negociar com os Países Bálticos a criação de uma terceira rota de exportação, através da qual o milho ucraniano chegou a Espanha nesta segunda-feira. No entanto, o vice-ministro ucraniano não especificou a quantidade de cereais que foi transportada até ao momento ou quantos produtos alimentares serão transportados no futuro.
"Estas rotas não são perfeitas porque contêm passagens estreitas, mas estamos a fazer o nosso melhor para as desenvolver o mais rapidamente possível", esclareceu Dmytro Senik. A confirmar-se, a solução pode ajudar a mitigar um problema de segurança alimentar mundial, crescente desde que a invasão russa em larga escala causou a suspensão sas exportações de cereais ucranianos através do Mar Negro. A escassez generalizada começou a ser sentida e os preços dos alimentos dispararam, especialmente no hemisfério sul, onde muitos países dependem do trigo ucraniano.
A Ucrânia é o quarto maior exportador de grãos do mundo. Há, neste momento, cerca de 30 milhões de toneladas de grãos armazenados na Ucrânia, que o Governo está a tentar exportar por via rodoviária, fluvial e ferroviária.
A Rússia tem impedido as exportações marítimas, bloqueando portos e rotas marítimas ucranianas no Mar Negro, além de continuar a realizar ataques com mísseis a elevadores de grãos e infraestruturas ferroviárias.
O site "The New Voice of Ukraine" argumenta que o Kremlin quer aumentar a fome nos países africanos para gerar uma onda de migração para a Europa, forçando os países da UE a receber mais migrantes.
Os altos representantes do Kremlin exigiram que as sanções impostas à Federação Russa fossem suspensas ou aliviadas, em troca do desbloqueio dos portos ucranianos. Alguns países, como os Estados Unidos da América, recusaram categoricamente essa hipótese.
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