Os CEO devem estar mais atentos à saúde mental?

“Não estamos preparados para lidar com a saúde mental”, constata Gonçalo Quadros, cofundador e presidente da Critical Software, empresa portuguesa de tecnologias de informação. Considera-se uma pessoa “com mente aberta” e, até, desperto para este tipo de problemas, mas isso não impediu que o gestor passasse “por um contexto particularmente duro e difícil” em 2018.

O diagnóstico foi de burnout, misturado com uma depressão acentuada, a que se juntava um comportamento obsessivo-compulsivo, “o que tornou a situação mais complicada e incapacitante”, revela Gonçalo Quadros, enfatizando a importância de se falar sobre a doença mental para aliviar o preconceito. Foi por isso que fez questão de ficar de baixa por doença psiquiátrica, mesmo contra os conselhos do médico. “Senti que tinha de dar o exemplo e não esconder o que se estava a passar”, conta. Ajudado por profissionais da área da saúde mental num processo de “altos e baixos”, conseguiu recuperar. Reconhece que passou demasiado tempo ‘debaixo de água’ e que isso agravou a doença, e, por isso, considera crítico que as pessoas, dentro das organizações, estejam sempre alerta para as patologias mentais. “Passamos uma boa parte do nosso tempo nas empresas, conhecemo-nos bem e podemos ser a primeira linha de intervenção ao lermos os sinais que os outros nos dão”, sublinha Gonçalo Quadros, remetendo para a participação da Critical Software, enquanto membro fundador, no projeto da MindAlliance, uma organização não governamental (ONG) que começou a trabalhar em Portugal há cerca de um ano.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.