Inflação nos países da OCDE acelera para 9,6% em maio, um máximo desde agosto de 1988
A taxa de inflação nos países da OCDE aumentou, em maio, para os 9,6%, impulsionada pelos preços da alimentação e energia
A taxa de inflação nos países da OCDE aumentou, em maio, para os 9,6%, impulsionada pelos preços da alimentação e energia
Jornalista
A taxa de inflação nos países da OCDE aumentou, em maio, para os 9,6%, depois de ter registado uma variação anual positiva de 9,2% em abril. O registo de maio representa o maior aumento de preços desde agosto de 1988 e foi impulsionado, na sua maioria, pela subida dos preços dos bens alimentares e da energia, divulgou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) esta terça-feira, 5 de julho.
O impacto da invasão russa da Ucrânia em fevereiro agravou a escassez de oferta de matérias-primas energéticas e a crise nas cadeias de abastecimento que já vinham de 2021.
Os preços dos bens alimentares - sendo a Rússia responsável por um quinto da exportação global de fertilizantes e, em conjunto com a Ucrânia, de um quarto da de cereais, segundo a Bloomberg - continuaram, por isso, a disparar em maio. A taxa de inflação dos bens alimentares nos países da OCDE aumentou para 12,6%, face a 11,5% em abril.
Na energia, com o petróleo e gás russos desaparecidos dos circuitos de venda dominados pelo Ocidente, a inflação deste segmento de bens continuou a acelerar fortemente para os 35,4% em maio, face a 32,9% em abril.
Sem estes dois componentes, o alimentar e o energético, a taxa de inflação dos 38 países da OCDE teria sido de 6,4% em maio, face a 6,2% em abril.
Entre os 38 países que integram a organização, a taxa de inflação só não subiu na Colômbia, Japão, Luxemburgo e nos Países Baixos. Por outro lado, registaram-se taxas de inflação na ordem dos dois dígitos na Estónia (20%), na Lituânia (18,9%), e na Turquia, esta última a liderar em maio, com uma taxa de inflação de 73,5%. Em Portugal a inflação em maio foi de 8%.
Nos países do chamado Grupo dos Sete (G7), composto pela Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, a taxa de inflação cresceu para os 7,5% em maio, face a 7,1% em abril. Apenas o Japão escapou às subidas, estabilizando nos 2,5% o índice de subida dos preços.
De acordo com a OCDE, "os preços da energia foram o maior fator que contribuiu para a inflação em França, Alemanha, Itália, e Japão em maio, ao passo que a inflação excluindo alimentação e energia continuou a impulsionar a inflação no Canadá, no Reino Unido e nos Estados Unidos", detalha a organização.
No G20, a inflação acelerou para os 8,8% em maio, face a 8,5% em abril.
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