Economia

CGD e Novo Banco executam património pessoal de Paulo Maló

Paulo Maló
Paulo Maló
António Pedro Ferreira

A CGD e o Novo Banco começaram a executar o património pessoal do empresário Paulo Maló, o fundador da Malo Clinic, cujas dívidas ao fundo Atena rondam os 70 milhões de euros, avança esta segunda-feira o “Jornal de Negócios”.

O Novo Banco já avançou com a execução do património pessoal do empresário, completamente afastado desde quinta-feira de qualquer função no grupo que fundou. O Negócios avança que quer o Novo Banco, quer a CGD começaram a executar os avales pessoais que Paulo Maló prestou para cobrir os financiamentos às empresas.

O médico e empresário, que viu a Malo Clinic acumular dívidas de 70 milhões de euros, entregou a empresa ao fundo Atena, tendo a banca aprovado um perdão de 40 milhões de euros

Em agosto a Malo Clinic assumia que o processo especial de revitalização (PER) previa o afastamento do fundador da administração, mas a sua continuidade como colaborador da empresa.

Com uma faturação anual de 30 milhões de euros, a Malo Clinic acumulou dívidas da ordem dos 70 milhões de euros (incluindo 1,7 milhões à Segurança Social). Ao entrar em incumprimento viu o seu principal credor, o Novo Banco, executar as ações da empresa, acabando por vendê-las ao fundo Atena Equity Partners por 4 milhões de euros, numa operação associada à aprovação de um PER que contempla um perdão de dívida de cerca de 40 milhões.

Já os credores comuns ficam sujeitos a um corte de 90% nos seus créditos. Globalmente, a Malo Clinic passou a ter uma dívida de 27 milhões de euros, ficando com dois anos de carência (sem necessidade de qualquer reembolso) e outros oito para pagar aquele montante aos credores (o maior dos quais o Novo Banco).

Trinta milhões de euros é quanto o Estado português perde com o acordo alcançado com a Malo Clinic, que se encontra se encontra em Processo Especial de Revitalização (PER), junto dos credores. De uma dívida judicialmente reconhecida de 70,8 milhões de euros, a rede de clínicas terá apenas de pagar 27 milhões ao longo de dez anos. O resto são perdões de dívida.

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