Cultura

“Eça de Queiroz, 150 Anos”: nova descoberta sobre a vida do escritor pode ajudar a compreender a sua obra

“Eça de Queiroz, 150 Anos”: nova descoberta sobre a vida do escritor pode ajudar a compreender a sua obra
DV

Esta sexta-feira o programa do congresso internacional sobre um dos maiores nomes da literatura portuguesa transfere-se para Sintra, onde há um "roteiro queiroziano", seguido de almoço e de mais dois painéis com académicos, portugueses e não só

Luís M. Faria

Jornalista

Um dos mistérios da vida de um dos maiores escritores portugueses poderá finalmente ter ficado esclarecido. No primeiro dia do 2.º Congresso Internacional "Eça de Queiroz, 150 Anos", um dos intervenientes, Flávio Silva, defendeu que Eça de Queiroz terá vivido com os pais nos anos finais da infância.

Sem maneira de julgar essa conclusão, o Expresso limita-se a registá-la, e a notar o destaque que lhe dá o organizador do congresso, o jornalista Octávio dos Santos (no seu nome, tal como nas citações quando dá entrevistas, ele faz questão de manter a ortografia pré-acordo). Historicamente, a perda ou afastamento de um dos pais, ou de ambos, parece ser muito frequente nas biografias de grandes artistas e escritores, pelo que a revelação, a confirmar-se, poderá deitar nova luz sobre aspetos da obra queiroziana.

Na sessão de quinta-feira na Biblioteca Nacional, começou por haver uma intervenção de Anabela Rita sobre configurações identitárias, seguida de uma de Mariagrazia Russo em torno da conhecida história "Singularidades de uma Rapariga Loira", com destaque para o tratamento que lhe deu o cineasta Manuel de Oliveira.

No programa de ontem e hoje, tal como anunciado, constavam ainda conferências sobre temas e obras diversas, incluindo "Os Maias", Fradique Mendes, "O Crime do Padre Amaro" e "As Farpas". Estas últimas, juntamente com "O Mistério da Estrada de Sintra", são duas das efemérides que entram no prazo de 150 anos a que o título genérico do congresso se refere.

No primeiro congresso, realizado em 2019, passavam 150 anos sobre a inauguração do Canal do Suez, sobre a qual Eça escreveu uma série de textos que mais tarde saíram em livro. A pandemia interrompeu o congresso um ano e baralhou um pouco a cronologia, mas ainda se foi a tempo de retomar a lógica original.

.Esta sexta-feira o programa transfere-se para Sintra, onde há um "roteiro queiroziano", seguido de almoço e de mais dois painéis com académicos, portugueses e não só

No final, tem lugar o lançamento da revista Nova Águia (n.º 28). O congresso é organizado pelo Movimento Internacional Lusófono, uma iniciativa privada que promove a cultura portuguesa e de origem portuguesa no mundo.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: clubeexpresso@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate