Lady Gaga nunca escondeu o seu lado mais sombrio – revelou-o com gala em canções como ‘Bad Romance’ ou ‘Teeth’ em “The Fame Monster” (2009), transformou-o em sucesso com ‘Bloody Mary’ ou ‘Judas’, de “Born this Way” (2011) – nem fez segredo das vastas influências (por vezes demasiado literais para seu próprio bem), que vão de David Bowie a Madonna, de Michael Jackson a Grace Jones, dos (óbvios) Queen aos Iron Maiden e AC/DC. “Mayhem”, o sétimo e novíssimo álbum, revelado esta sexta-feira, é anunciado como um regresso às origens, a uma pop que faz dançar mas, ao mesmo tempo, carrega consigo uma boa dose de risco e mistério. Traz, também, assumidas influências de Nine Inch Nails e Radiohead, embora nas entrelinhas estejamos sempre a esbarrar com pormenores que nos atiram para memórias de grandes clássicos de Bowie ou Yazoo e autocitações que, inadvertidamente, retiram algum poder a canções buriladas de forma requintada, sobre as quais agora nos debruçamos individualmente.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MRVieira@blitz.impresa.pt